Viagem ao Vale do Jequitinhonha - MG ( outubro de 2010)

     Vale do Jequitinhonha, uma das regiões de maiores índices de pobreza do Brasil, localizada às margens do rio Jequitinhonha, sofre com o abandono generalizado do nosso sistema, baseado na centralização economica que ainda concentra recursos no sudeste brasileiro.  Em uma viagem organizada por um pastor nordestino cabra da peste, Cesarino, da Igreja Batista Betânia,  o Lata Doida, através de Vandé Nascimento, Vanielle Bethania e Vania Maria, foram voluntariamente realizar oficinas de música e artesanato sustentável, com o objetivo de colaborar na formulação de alternativas culturais de driblar a falta de recurso e informação colaborando com iniciativas já existentes, entendendo que a região possui grande riqueza cultural, com forte tradição em artesanato e musica, como o exemplo o Coral de Lavadeiras de Almenara (http://www.coraldaslavadeiras.com.br/website/), conhecidas internacionalmente. 
       A primeira viagem foi em 2009, quando conhecemos Nina e seus meninos do AEJA, uma associação que trabalha com cultura e esporte, que ainda não tinha apoio nenhum. Nina falava sobre suas dificuldades de trabalhar com a música devido ao preço dos instrumentos e ficou impressionada com as inúmeras possibilidades que o lixo oferece quando apresentamos a idéia a ela e seus meninos, muito talentosos por sinal. Construimos pandeiros, tambores, triangulos, chocalhos, etc.,  trabalhando sempre o conceito lógico dos instrumentos, fomentando a criatividade, para assim poderem dar continuidade ao projeto com independencia e identidade.   
      Com as mulheres de almenara foi realizada a oficina de produção de sabão com reaproveitamento de material e artesanato sustentável, apresentando possibilidades de geração de renda a partir do lixo doméstico e trabalhando a consciencia ambiental. 

     Em outubro de 2010, a viagem foi realmente surpreendente e repleta de emoções. Ao chegar-mos os meninos da Nina (AEJA) nos recepcionaram com uma homenagem musical apresentada com instrumentos com material reaproveitado, e nos presentiaram com uma série de resultados que conseguiram obter com as idéias que nós os apresentamos.  A banda do AEJA, hoje tem uma grande popularidade em Almenara, fazendo apresentações em grandes eventos, gravando seu primeiro CD e funcionando como uma grande ferramenta de divulgação do projeto, que hoje já conta com uma sede própria, alugada pela prefeitura de Almenara. 
       Construimos esse ano Bonecas negras(Abayomi), com sobra de tecido, trabalhando a identidade negra. Construimos instrumentos novos, como: Marimba sustentável, pandeiro de pet, tarol de Balde. Fizemos oficinas teóricas e práticas de percussão e violão, e participamos com a palhaçaria de um evento promovido pela Igreja em comemoração ao dia das crianças.
   Infelizmente esse texto é só uma postagem de Blog e não um livro, por isso não há como descrever experiencia por experiência. Contudo, fica a seguinte lição para a molecada carioca: O Brasil é injusto de ponta a ponta, porém, nós da cidade grande devemos nos apropriar mais dos recursos que sobram para a periferia e fazer muito mais barulho pra ver se a opressão pelo menos ameniza no campo e na cidade.



Lata Doida segundo o mundo de Franciely




 

   Franciely tem 11 anos, estuda na Escola municipal Padre Leonel França e fez essa espécie de cartaz artesanal por livre e espontânea vontade a partir do pedido de um  trabalho em sua escola. Ela é aluna do Lata Doida a um ano, onde junto com seus irmãos Marcos e Alexandra se destaca pelo grande desempenho nas oficinas e pelo carinho que tem pelo Lata Doida. Parabéns a essa linda família pelos grandes e promissores talentos! É um prazer para nós participar do seu mundo!
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