Um dia Deus resolveu criar o mundo
Dia e noite, céu e terra
Sol e lua, contrastes que se completam
Flores, frutos, árvores
De todas as formas, cores e texturas
Climas quentes, frios, secos e úmidos
Diversidade que enriquece, embeleza
O criou e viu que era bom
Tudo estava em harmonia, tudo estava em paz
Mas o criador sentiu falta de algo
Que mudaria o destino de tudo
E então fez sua criação mais complexa
forte e frágil, inteligente e burra
Sensível e cruel, contendo em si própria
Tantas contradições quanto a natureza
E Deus como um ser que odeia monotonia, homogeneidade e obviedades
Criou o ser humano, com uma só essência, mas de diversas formas
 E diferente da natureza esses seres encontraram imensa dificuldade
Em conviver com o diferente
Pois são dotados de sentimentos tais como soberba, orgulho, vaidade, egoísmo...
Por isso esse mundo que era tão perfeito
Depois dessa criação foi ficando cada vez mais caótico
Homens explorando homens, espancando, escravizando, matando
Tudo isso em nome da diferença
Interpretada absurdamente e por vezes convenientemente como inferioridade
Mas nessa dialética divina
Todas as contradições realmente se completam
 A beleza se faz presente e até mais exuberante na dor
A dor que homem não deseja
Mas que transforma em força
E o lado mais fraco, acaba sendo o lado mais forte
Justamente porque sofre mais
e é por isso que o lado negro
o lado negro do mundo, o lado negro do gueto
é tão forte, pois em todo tempo
tentaram calar sua voz e acorrentar suas mãos
depois do açoite do senhor que marcava a pele
Vieram os açoites do preconceito, da marginalização, da exclusão
o lado negro apanha, sofre, mas reage
com a força que só tem quem ta cansado de apanhar


                                                                           Vanielle Bethânia 
                                                                        
                                                    

                                       
                                      


                                                                         

                                           
                                            

Viagem ao Vale do Jequitinhonha - MG ( outubro de 2010)

     Vale do Jequitinhonha, uma das regiões de maiores índices de pobreza do Brasil, localizada às margens do rio Jequitinhonha, sofre com o abandono generalizado do nosso sistema, baseado na centralização economica que ainda concentra recursos no sudeste brasileiro.  Em uma viagem organizada por um pastor nordestino cabra da peste, Cesarino, da Igreja Batista Betânia,  o Lata Doida, através de Vandé Nascimento, Vanielle Bethania e Vania Maria, foram voluntariamente realizar oficinas de música e artesanato sustentável, com o objetivo de colaborar na formulação de alternativas culturais de driblar a falta de recurso e informação colaborando com iniciativas já existentes, entendendo que a região possui grande riqueza cultural, com forte tradição em artesanato e musica, como o exemplo o Coral de Lavadeiras de Almenara (http://www.coraldaslavadeiras.com.br/website/), conhecidas internacionalmente. 
       A primeira viagem foi em 2009, quando conhecemos Nina e seus meninos do AEJA, uma associação que trabalha com cultura e esporte, que ainda não tinha apoio nenhum. Nina falava sobre suas dificuldades de trabalhar com a música devido ao preço dos instrumentos e ficou impressionada com as inúmeras possibilidades que o lixo oferece quando apresentamos a idéia a ela e seus meninos, muito talentosos por sinal. Construimos pandeiros, tambores, triangulos, chocalhos, etc.,  trabalhando sempre o conceito lógico dos instrumentos, fomentando a criatividade, para assim poderem dar continuidade ao projeto com independencia e identidade.   
      Com as mulheres de almenara foi realizada a oficina de produção de sabão com reaproveitamento de material e artesanato sustentável, apresentando possibilidades de geração de renda a partir do lixo doméstico e trabalhando a consciencia ambiental. 

     Em outubro de 2010, a viagem foi realmente surpreendente e repleta de emoções. Ao chegar-mos os meninos da Nina (AEJA) nos recepcionaram com uma homenagem musical apresentada com instrumentos com material reaproveitado, e nos presentiaram com uma série de resultados que conseguiram obter com as idéias que nós os apresentamos.  A banda do AEJA, hoje tem uma grande popularidade em Almenara, fazendo apresentações em grandes eventos, gravando seu primeiro CD e funcionando como uma grande ferramenta de divulgação do projeto, que hoje já conta com uma sede própria, alugada pela prefeitura de Almenara. 
       Construimos esse ano Bonecas negras(Abayomi), com sobra de tecido, trabalhando a identidade negra. Construimos instrumentos novos, como: Marimba sustentável, pandeiro de pet, tarol de Balde. Fizemos oficinas teóricas e práticas de percussão e violão, e participamos com a palhaçaria de um evento promovido pela Igreja em comemoração ao dia das crianças.
   Infelizmente esse texto é só uma postagem de Blog e não um livro, por isso não há como descrever experiencia por experiência. Contudo, fica a seguinte lição para a molecada carioca: O Brasil é injusto de ponta a ponta, porém, nós da cidade grande devemos nos apropriar mais dos recursos que sobram para a periferia e fazer muito mais barulho pra ver se a opressão pelo menos ameniza no campo e na cidade.



Lata Doida segundo o mundo de Franciely




 

   Franciely tem 11 anos, estuda na Escola municipal Padre Leonel França e fez essa espécie de cartaz artesanal por livre e espontânea vontade a partir do pedido de um  trabalho em sua escola. Ela é aluna do Lata Doida a um ano, onde junto com seus irmãos Marcos e Alexandra se destaca pelo grande desempenho nas oficinas e pelo carinho que tem pelo Lata Doida. Parabéns a essa linda família pelos grandes e promissores talentos! É um prazer para nós participar do seu mundo!

Oficina de música Sustentável - FOCOS - Fórum de conscientização social da Igreja Batista Betânia













Com o objetivo de despertar os participantes da oficina para uma postura solidária, sustentável e crítica em relação ao mundo, utilizamos a arte com instrumento de sensibilização, onde a partir da construção de instrumentos musicais com reaproveitamento de lixo, se desenvolve a idéia de que é necessária a criação de formas de mudar o mundo, de lutar contra as desigualdades, contra a poluição e todos os problemas que prejudicam a vida humana!

Construimos Reco-recos e Tambores de duas notas com latinhas! 

Campanha nacional pelo limite da propriedade de terra - Procure-nos e vote!

 
Criada em 2000 pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar, é uma ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira para incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite às propriedades rurais em 35 módulos fiscais. Áreas acima dos 35 módulos seriam automaticamente incorporadas ao patrimônio público.
O módulo fiscal é uma referência, estabelecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que define a área mínima suficiente para prover o sustento de uma família de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Ele varia de região para região e é definido para cada município a partir da análise de várias regras, como por exemplo, a situação geográfica, qualidade do solo, o relevo e condições de acesso. A aprovação da emenda afetaria somente pouco mais que 50 mil proprietários de terras.
A introdução desta medida resultaria numa disponibilidade imediata de mais de 200 milhões de hectares de terra para as famílias acampadas, sem despender recursos públicos para a indenização dos proprietários. Esses recursos são hoje gastos em processos desapropriatórios e que poderiam ser empregados no apoio à infra-estrutura, ao crédito subsidiado e à assistência técnica para os assentamentos.
De acordo com os últimos dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 2006, no Brasil, 2,8% das propriedades rurais são latifúndios e ocupam mais da metade de extensão territorial agricultável do país (56,7%). Em contrapartida as pequenas propriedades representam 62,2% dos imóveis e ocupam apenas 7,9% da área total.
Vale lembrar que mais de 70% dos alimentos produzidos para os brasileiros provém da agricultura camponesa, uma vez que a lógica econômica agrária tem como base a exportação, principalmente da soja, da cana-de-açúcar e do eucalipto. O Brasil tem a segunda maior concentração da propriedade fundiária do planeta.
Diante da realidade do campo, vários segmentos sociais se mobilizam para conquistar seus direitos. O papel da Campanha é exigir a obrigação do Estado em garantir esse direito à propriedade da terra a todos os brasileiros e brasileiras que dela tiram seu sustento. Além disso, a Campanha também está engajada na luta contra o agronegócio e o hidronegócio no Brasil, que destroem o meio ambiente, a biodiversidade e desabrigam milhares de trabalhadores rurais, quilombolas, indígenas e comunidades ribeirinhas.

Mais informações:      http://www.limitedaterra.org.br/

Lata Doida na Maré






 
    A partir de um convite da organização "Redes de desenvolvimento Maré", que realiza entre seus projetos, um de apoio as escolas públicas do local, o Lata Doida realizou uma espécie de palestra no Colégio Estadual  Capanema, no bairro da Maré,apresentando possilibilades artísticas de reaproveitamento, integrando arte e meio ambiente através de diferentes formas de manifestação artística. Houve exposição de artesanato e instrumentos musicais com reaproveitamento de materiais, apresentações musicais, Gags de palhaçaria e apresentação de slides com arquivos dos projetos da associação. Além dos integrantes da associação, um aluno das oficinas (Marcos Paulo) também partipou das apresentações. O resultado foi surpreendente comprovando o grande poder que a arte tem de promover a sensibilização sócio-ambiental e gerar de fato uma mudança de postura em relação ao cáus que presenciamos no nosso meio ambiente: violento, repleto de contradições sociais e completamente poluído!

Visita ao Batruck - Complexo do Muquiço - Guadalupe

Não dá pra esperar a polícia pacificadora chegar, os tiroteios nao param de acontecer e a máquina produtora de traficantes funciona a todo vapor. As escolas não funcionam e o emprego é pra quem estuda, os orgão publicos de cultura são quase inexistentes na periferia e as grandes ongs são profissionais demais para gerar uma mudança de fato, fazendo a sua parte e esperando que o governo faça a dele. No final das contas se conclui: A iniciativa deve ser do povo!
   Indignados com essa situação, membros de uma igreja evangélica da região e um assistente social tomaram a iniciativa de gerar novas referencias através da percussão. A reunião acontece aos sábados na lage de um morador da comunidade que sede o espaço. Os instrumentos são sedidos pela igreja, e as oficinas trabalham com diversos ritmos populares em uma linguagem descontraida e participativa. Todo mundo que chega é bem vindo. No final há uma roda de bate papo, sobre histórias bíblicas e questões sociais da localidade, como violencia, tráfico entre outros...  A partir dessa visita, foi estabelecida uma parceria entre o Lata Doida e o Batruck, que também adotará a linguagem do reaproveitamento em seus instrumentos, possibilitanto um barateamento da oficina e uma conscientização socio-ambiental da comunidade. 

Ora Bolas (Palavra Cantada) Versão Lata Doida

   http://www.youtube.com/watch?v=s6SZFFAXl_c

   Parabenizamos todas crianças e adolescences do Grupo Cultural Lata Doida pela dedicação que resultou nessa apresentão tão bonita!

Tarol Debaldi

 
http://www.youtube.com/watch?v=G8uv1KaTD3o

 Pra quem quer economizar e fazer som de verdade vai ae uma idéia simple e barata. Tarol Debaldi é uma adaptação do conhecido xêque-balde, que atravessa varios parafuzos em um balde de alumínio. O Tarol Debaldi utiliza chapinhas de refrigerante(bem mais em conta que parafusos com porcas e arruelas) encostadas em um balde de ferro, percutindo como tarol/caixa e o que mais vier na cabeça!  Tae! Uma idéia!

Trupe Lata Doida

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